sexta-feira, 26 de março de 2010

A APRENDIZAGEM, O CURRÍCULO E AS TECNOLOGIAS DIGITAIS: UMA RELAÇÃO DE QUALIDADE

Eva Silva Daltio
e-mail: evadaltio@hotmail.com

O cenário da sociedade atual nos impõe um novo modo de ver e de conviver com as diferentes linguagens e culturas. É um cenário onde as tecnologias digitais, imprimem sua marca com reflexos na vida de todas as pessoas, independente da condição social ou do espaço geográfico que ocupa. É um fenômeno sociocultural resultante da evolução da ciência e da tecnologia, notadamente nas últimas quatro décadas com o aperfeçoamento dos micropocessadores e da internet. A caracterização especial desse período foi determinante para as diferentes denominações, como a “sociedade do conhecimento”, “sociedade tecnológica” e “sociedade da informação”, o que não significa dizer que o conhecimento seja uma conquista exclusiva da sociedade atual.
Diante desse complexo sistema social do século XXI podemos pensar, então, a escola imersa, metodologicamente, nas teias digitais, onde o “bem e o mal” convivem lado a lado fortalecidos pelos avanços mais recentes da WEB 2.0. É nesse cenário que a escola de hoje está cada vez mais desafiada a converter suas práticas tradicionais em metodologias que possam aproveitar-se das potencialidades das tecnologias digitais, considerando o seu papel de agente de formação da cidadania que em si leva a um conjunto de responsabilidades pela atuação dos alunos no mundo e para um mundo de economia globalizada.
É, também, nesse cenário, que a influência das mídias tomou uma proporção como nunca se viu; o ciberespaço passou a ser palco de referência para a produção, promoção ou transformação de processos vitais da cultura e da sociedade.
Então, a efetividade na aprendizagem do aluno, que é preparado pela escola para atuar num mercado de trabalho cada vez mais exigente, deve ser objeto de estudo e de planejamento de educadores, partindo do próprio contexto sociocultural e do predomínio das tecnologias digitais. Considere-se a aprendizagem do aluno, diante do paradoxo gerado pelo processo de homogeneização cultural por um lado, e, que por outro, cria uma cultura de preservação buscando resgatar elementos culturais que vão se perdendo no tempo.
Nesse sentido, faz-se necessário que se criem estratégias metodológicas que promovam a apropriação construtiva desses recursos, para que os alunos produzam saberes, fundamentados pelos teóricos e estudiosos da era digital, experienciando, manipulando, criando situações e objetos de aprendizagem a partir dos conteúdos curriculares sintonizados com as tecnologias contemporâneas.
Produzir conhecimento na sociedade contemporânea requer mais do que a associação de diferentes saberes já constituídos. “O conhecimento das informações ou dos dados isolados é insuficiente. É preciso situar as informações e os dados em seu contexto para que adquiram sentido” Morin (2005, p. 36). As mensagens não podem ser exíguas, nem finalizar-se em si mesmas, mas, devem emitir ou refletir a emoção, o sentido ou o grito das necessidades sociais, políticas e culturais.
É importante aproveitar-se do fascínio que as mídias digitais exercem sobre os alunos para propiciar-lhes aprendizagem com qualidade, aprendizagem criadora e emancipadora. Este é um dos caminhos para as mudanças que se precisa promover na escola, para a escola e com a escola do século XXI.
Então, a escola precisa estar em sintonia com a evolução das tecnologias em favor da humanidade para poder pensar e desenvolver um currículo com ações a curto, médio e longo prazos.

Palavras-chave: Currículo. Tecnologias. Aprendizagem.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BELLONI, Maria Luiza. O que é Mídia Educação. Campinas, SP: Autores Associados, 2001. (Coleção Polêmicas do Nosso Tempo, 78).
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo. Paz e Terra, 1996. (Coleção Leitura).
MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. Trad. Catarina E.F. da Silva e Jeanne Sawaya. 10ª. Edição. São Paulo: Cortez; Brasília, DF: UNESCO, 2005.
SOUZA, Amaralina Miranda de. FIORENTINI, Leda Maria Rangearo. RODRIGUES Maria Alexandra Militão. Organizadoras. Educação Superior a Distância: Comunidade de Trabalho e Aprendizagem em Rede (CTAR), Brasília: Universidade de Brasília, Faculdade de Educação, 2009.

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